quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

TUDO TEM UM FIM! - Menos a salchicha que tem dois...

Depois da tristeza do assunto tratado ontem e do comentário apropriado de uma seguidora,apeteceu-me hoje fazer uma inversão de 180º e contar uma anedota, mas infelizmente não fui capaz e dos 180º derrapei para os 360º voltando ao inicio da tristeza.
A morte volta a ser o tema só que desta feita não mais a dos amigos já desaparecidos,em cuja lista por lapso omiti dois nomes que me são tão queridos,o do Raul Coimbra meu primeiro sócio, e o do Quim Cardigues dos tempos de Torre Molinos.
De repente dou por mim a pensar na minha própria morte. Uma vez que ela é inevitável não deixa de ser conveniente, passados os 60 anos,ganhar coragem para a enfrentar. Estranhamente esta morte não me entristece.Não a desejo mas também não a temo encaro-a como algo tão natural como o de apagar a luz quando se sai de casa.
Dediquei grande parte da minha vida a pesquisar a filosofia das religiões,nos mais variados credos desde o Budismo Oriental até ao Cristianismo da minha cultura, passando pelo Tauismo de Lau-tze e Confúcio. Se juntarmos a estes as outras duas grandes correntes do Monotaismo o Islão e o Judaísmo, verificamos que em todos os seus livros sagrados,quer se trate da Tora,Corão ou Novo Testamento todos falam de um único Deus, que apesar de ter vários nomes é a mesma Divindade que criou o Universo e o Homem á sua imagem e semelhança.
- Mas não terá sido o contrário?! - Não terá sido o Homem que criou Deus á sua imagem e semelhança,ao ver-se enclausurado na sua mediocricidade necessitando de uma Entidade Suprema que fosse responsável não só pelos seus erros e defeitos como também pelas suas decisões e responsabilidades futuras.
Disse Mário Máximo no seu brilhante prefácio com que me brindou no meu livro "A Divina Tragédia" : -"Quem é Deus? Quantos de nós são Deuses de outros? Quantos outros são Deuses de nós?...Sem Deus,ele,o Homem,sente-se mais Homem mas,sente-se também abandonado.Eu diria por si mesmo!Não por Deus..."
Quando se tem humildade de olhar de frente para si mesmo e reconhecer a infimidade de si próprio em alternativa á infinidade de um qualquer Deus, passam a fazer todo o sentido tanto o nascimento como a morte. Ainda no ventre materno mal acabamos de ser gerados iniciamos de imediato o processo de envelhecimento que no cumprimento do código genético do ADN nos leva incontornavelmente até á morte,que é o fim. Este fim para os místicos e crentes é apenas uma passagem. Para mim descrente racional é apenas um ponto final, como tal fácil de aceitar sem medo de uma qualquer vida eterna com as horríveis hipóteses de um eventual paraíso ou uma condenação eterna. Apenas o tal apagar de luz...
- TUDO TEM UM FIM!- Menos a salchicha que tem dois...

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