quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

SINDICALISMO JURASSICO


Ontem ouvi na televisão o homem mais rico de Portugal, é claro que me refiro ao Belmiro de Azevedo, dizer que o nosso sindicalismo precisa de renovar os seus dirigentes.
Concordo inteiramente com esta afirmação pois os líderes das nossas duas Centrais Sindicais,são autenticos dinosauros do tempo do Jurassico.
Na CGTP/IN o seu secretário geral Carvalho da Silva está lá desde a sua fundação logo a seguir ao 25 de Abril.
Na UGT o seu secretário geral João Proença,não está lá desde a sua fundação pois veio imediatamente a seguir ao fundador Torres Couto,mas é como se estivesse pois já lá vão também umas dezenas de anos.
Recordo-me bem da polémica que há mais de trinta anos se instalou á volta da criação ou não de Centrais Sindicais. O PCP e demais partidos á sua esquerda defendiam uma solução a que chamavam de Unidade Sindical. O PS e demais partidos há sua direita defendiam uma solução oposta a que chamavam de Unicidade Sindical e que consistia na independencia dos Sindicatos sem qualquer vinculo entre eles. Acabou por vencer a primeira solução com a constituição da Intersindical que mais tarde veio a chamar-se de CGTP/IN, congregando todos os Sindicatos de tendencia comunista,sob os hospicios e dominio do Partido Comunista. Imediatamente a seguir fundou-se a UGT,União Geral dos Trabalhadores,unindo os Sindicatos mais moderados e não comunistas por iniciativa de um acordo entre o PS e o então PPD hoje PSD. Torres Couto pelo PS e Rui Oliveira e Costa então pelo PSD foram dois elementos de peso nessa constituição. Com Carvalho da Silva e João Proença há tanto tempo á frente dos destinos do Sindicalismo Nacional, os Sindicatos acabaram por se transformar em pesadas máquinas de burocracia obsuleta, incapazes de representar os reais interesses dos trabalhadores,uma vez que estão completamente dependentes das motivações politicas dos partidos de que dependem.
Certamente foi isto que quis dizer um dos maiores empregadores do nosso País, Engenheiro Belmiro de Azevedo que através do seu Grupo Sonae, cria anualmente cerca de 3.000 novos postos de trabalho.
Nesta época de crise que vivemos agora, com a avalanche de falências sucessivas de pequenas e medias empresas portuguesas e até mesmo algumas grandes de ambito internacional,torna-se vital que os trabalhadores possam ter uma acção directa racional e pratica na tentativa de diminuição do desemprego, em vez das atitudes irracionais e ideologicas, orquestradas pelos partidos politicos que têem promovido greves desajustadas á situação frágil das tesourarias dos empregadores. Seria bem mais acertado se no lugar das greves promovessem uma concertação com os empregadores no sentido de aumentarem a produção e até mesmo sacrificarem parte dos seus salários se isso vier a viabilizar a sobreviência das empresas. Estas e outras medidas possiveis de serem acordadas em concertação social certamente evitariam a falência de muitas empresas com o consequente despedimento colectivo.
- "Mais vale um passaro na mão do que dois a voar". Que é como quem diz mais vale um emprego a trabalhar mais e a receber menos do que ficar desempregado sem qualquer possibilidade de arranjar um novo emprego.
- Mas há o Subsidio de desemprego que vai dar para desenrascar durante os próximos três anos?!- Estarão vocês certamente a dizer. - Teoricamente isso seria verdade se entretanto a Segurança Social,que já se encontrava numa situação de ruptura em relação ás reformas,não arrebentar de vez. Os fundos não são ilimitados e estão baseados num equilibrio entre as verbas recebidas dos trabalhadores activos contra as verbas pagas aos trabalhadores passivos, desempregados e reformados. Estes calculos foram feitos com base em racios de proporcionalidade normais e não na situação extraordinaria do numero de desempregados aumentar esponencialmente. Ora como a matematica não é uma batata a continuação do aumento dos despedimentos não poderá ter outro desfecho que não seja a incapacidade da Tesouraria da Segurança Social para continuar a pagar as reformas e subsidios de doença,mais a avalanche de novos subsidios de desemprego. Resultado: FOME


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